12.24.2011
10.20.2011
9.08.2011
"Mas a partir daquele dia 25 de Abril a mãe não voltou a fazer 'chui!'. Agora ela também rezingava, alto e bom som, que o ministro X era um parvo e que o secretário de Estado Y ficava ridículo com aquele capachinho na cabeça. Afinal não houve arrombamento de sangue, como dizia a Adélia. Ao fim da tarde, o pai levara-o pela mão até à rua, para ver as pessoas a rir e a chorar de alegria. Havia tanta gente na cidade que o pai acabara por o içar para os seus ombros: 'Olha bem para esta festa, meu filho. Nunca te esqueças deste dia.'"
A Instrução dos Amantes, Inês Pedrosa
8.26.2011
8.22.2011
7.26.2011
Utilidade Marginal
"A utilidade marginal do copo de água diminui ao segundo copo, já a utilidade marginal do copo de vinho vai aumentando."
7.08.2011
Lugares Improváveis
Soube ontem da existência de um sítio chamado Habilândia ... Já ouviram falar?!
Há-de ser um belo sítio para visitar, portanto, tenciono fazer um pequeno retiro findos os exames e ir em busca dessa terra encantada, cuja existência desconhecia.
(Há coisas estranhas no mundo do Direito que desafiam qualquer lógica e razoabilidade!)
6.30.2011
6.28.2011
Túnel do Tempo
Bem menos inocente e mais decadente do que a original, mas é bom ouvi-la cantar novamente e com uma banda de metais assim!
6.25.2011
Dias Assim
Há dias em que arranjar feijão verde tem potencial para ser um dos melhores programas do mundo!
5.31.2011
5.17.2011
I Got You Babe
Nas mais das vezes, o encanto está nas singelas certezas ... outras há que, ao contrário do que sempre pensámos, não acrescentam assim tanto!
E parece que nunca me irei desligar deste lado naïf.
5.05.2011
4.27.2011
A Ironia das Palavras
Não, o 25 de Abril não flexibilizou a mobilidade das mulheres ao deixar de exigir uma autorização do pai ou do marido para que pudessem sair do país.
As viagens lowcost, sim, flexibilizaram e aumentaram a mobilidade de todos - nos quais, por definição, se incluem também as mulheres.
O 25 de Abril conferiu-nos plena cidadania, livre desses jugos!
Independentemente de o 25 de Abril ter ficado lá atrás e de ser alheio à juventude, a escolha de palavras terá de ser consequente e o facto de ser uma realidade distante e inimaginável não nos isenta da responsabilidade de respeitar o valor dos signos linguísticos.
4.25.2011
4.07.2011
4.02.2011
3.23.2011
A Palavra
"Talvez por isso não se casou, os homens querem conversa.
Nem todos: recorde-se de passagem aquele outro caso de um moço camponês, o Mudo, que andou tempos largos amargando a faina, atento a ordens, lamentos e cantares, mexendo a cabeça para sins e nãos, os ombros para dizer não sei, respondendo de sorriso ou aceno às saudações, adeus ó Mudo. E veio aquele dia igual aos outros dias em que os homens se sentaram de roda para matar o cansaço e a sede, o cântaro passando de mão em mão. Por acaso o Mudo seria o último, e o penúltimo alambazou-se em grandes goladas. Chateado, o Mudo disse: Não a bebas toda! Olhou-o a roda num silêncio embasbacado, por fim perguntaram, mas então tu não és mudo?, e por que raio não tinhas falado nunca? - e o Mudo explicou: Ora, nunca tinha precisado."
Mário Zambujal, À noite logo se vê
Talvez a palavra oral seja mesmo sobrevalorizada ... amanhã vou testar o potencial da linguagem corporal.
3.20.2011
3.13.2011
3.12.2011
Cavalheirismo Precisa-se!
Volvido quase um mês, continuo intrigada com o alcance de datas como o Dia dos Namorados - todos lhe adivinhamos o pendor comercial e admitimos ser redutor confinar-se a demonstração de afecto por "aquela pessoa" a um mísero dia no ano, mas não podemos dizer que alguém lhe seja propriamente imune.
Para além de sermos bombardeados com ofertas de produtos e serviços, nas mais das vezes, de gosto duvidoso, que visam apenas combater uma época baixa no comércio, parece que a data não consegue deixar indiferentes nem mesmo os seus mais acérrimos opositores: é vê-los a espernear e a desdobrar-se em esforços, mais ou menos ostensivos, para satirizar esta comemoração, destilando ódio.
Ao contrário, eu acho que o amor é bonito e recomenda-se, ainda que, preferencialmente, durante todo o ano e sem aquele lado kitsch.
Todavia, confesso que, mais do que os presentes estereotipados deste silly day, o que realmente faz falta é o cavalheirismo: aquele cavalheirismo à moda antiga, ainda que adaptado a tempos de igualdade.
Não sei bem em que meandros da história se perderam esses gestos, mas com eles acabou por se perder também a cortesia e a própria capacidade de agradecer quando eles nos são dedicados.
Bem sei que os tempos são de igualdade, que essas gentilezas caíram em desuso e que para alguns são mesmo ofensivas, no entanto, se a ideia era travar o fenómeno da mulher objecto, lamento informar, mas mantem-se, ganhando força por mais dissimulado e transversal, com a agravante de se ter perdido em educação.
Por isso - e talvez por umas quantas outras inconfessáveis razões - reitero que gosto que me seja dado o lado de dentro do passeio, que me abram a porta ou que me seja dada passagem, que tomem a iniciativa de pedir o lanche e que se ofereçam para me ajudar a carregar as minhas tralhas.
Não porque seja menos independente, mas porque há coisas que não têm que deixar de fazer sentido e às quais irei sempre responder, agradecendo com um sorriso.
Ainda gosto de vestidos rodados, de padrões florais, com saiotes de tule e golas amplas que me remetem para o imaginário desta música:
3.01.2011
Das Insólitas Formas de Amor III
É por estas coisas que adoro desenhos animados ... também porque há coisas em que vale a pena acreditar.
2.23.2011
2.22.2011
Estevas
Para quem se preocupa com o estado do meu nariz, voltou a cheirar a esterco à porta de minha casa. Enviem-me uma equipa especializada para tratar do assunto, por favor!
Quem me dera que me cheirasse a campo cada vez que entro ou saio de casa, ao invés deste cheiro pestilento que parece piorar a cada dia!
2.18.2011
Ele há cada ideia ...
Há ideias brilhantes que me espantam pela improbabilidade e pelos subterfúgios que o autor engendra para as justificar. Aqui ficam alguns exemplos:
- Deitar abaixo um olival centenário (por contraposição a ir substituindo as árvores progressivamente), esquecendo-se que as oliveiras demoram anos a crescer e que o terreno em causa se tornaria um descampado. Sob a desculpa de o olival já não dar rendimento (que nunca foi a questão principal), esconde-se um erro crasso. Sempre será melhor o clássico argumento do "fica para os meus netos".
- Decidir instalar aquecimento central no Inverno, nas hostis paragens de Trás-os-Montes, quando tal implica ficar sem lareira alguns dias e neva na Serra de Bornes. A única explicação plausível para esta ideia peregrina é existir um irrecusável desconto na instalação do material nesta agreste época do ano, o que, mesmo assim, não me parece atractivo suficiente para o homem médio.
- Usar óculos de sol (graduados) em substituição dos "de ver" enquanto estes ficam no oculista para se trocarem as lentes. A ideia até poderia soar aceitável não estivéssemos no Inverno, com tempo encoberto e chuvoso, e não anoitecesse às seis da tarde - já para não falar que a ideia seria sempre descabida para quem passa o dia a ler e dispensa os óculos para poucas tarefas. A menos que se quisesse animar aquele que vê mal, mostrando-lhe que não ver de todo é bem pior (como se o miópe, que vê a sua graduação aumentar todos os anos mais do que desejaria, não o soubesse), não há qualquer explicação para esta sugestão.
Por agora termino esta lista de ideias insólitas, certa, porém, de que mais haverá para aqui relatar.
2.14.2011
2.13.2011
You Are My Sunshine
No outro dia estava a conduzir e no leitor de CD's tinha um que não costumo ouvir. Começaram a soar os primeiros acordes e nada me parecia familiar - um estilo ainda mais "retro" do que eu consigo ouvir e aquele som quase arranhado que lembra os vinis.
Até que ouço um verso - "You make me happy / When skies are grey" - que me intriga por ser tão familiar sem que a melodia me desse qualquer pista.
Quando, por fim, chegou o refrão, apercebi-me que era a "You are my sunshine", que me é tão familiar na versão do Ray Charles.
Gosto destas pequenas coincidências.
2.11.2011
Das Insólitas Formas de Amor
"Agora, Karenine já estava à espera na entrada, com os olhos pregados no cabide onde a coleira e a trela estavam penduradas. Tereza pôs-lhe a coleira e foram às compras. Comprou leite, pão, manteiga e, como sempre, um croissant para o cão. À volta, Karenine vinha ao meu lado, com o croissant na boca: todo inchado, olhava em torno de si, todo encantado por ser o alvo das atenções gerais e por saber que as pessoas passavam o tempo a apontar para ele.
Depois de chegar a casa, o cão ficava a espreitar à porta do quarto com o croissant na boca, à espera que Tomas se apercebesse da sua presença, se pusesse de gatas, começasse a rosnar e a fingir que queria tirar-lho. Dia após dia, repetia-se a mesma cena. Passavam uns bons cinco minutos a correr um atrás do outro pela casa toda, até que Karenine ia refugiar-se debaixo da mesa para devorar o seu croissant a toda a velocidade."
2.08.2011
Carta
Diria que tens uns quantos traços quase grotescos, que não soubeste envelhecer com graciosidade - vejo a tua expressão transformar-se enquanto digo isto. Como é que, passado todo este tempo, ainda não consegues perceber que isso não é minimamente relevante?!
Às vezes ainda pareces aquele miúdo inseguro que, não tendo conhecido, vejo nas fotos de Verão que vou encontrando pelos cantos da casa.
Já o teu olhar! ... O teu olhar tem algo de profundamente marcante, indecifrável e foi essa força que me seduziu logo que te vi - que me deu vontade de saber de ti.
Começaste a falar e desmistificaste as pré-concepções.
Sabes que é difícil para mim acreditar em sinais, mas talvez alguns olhares se cruzem mesmo por alguma razão. Sei que, depois de nos fixarmos com a curiosidade de quem deseja ver para além das máscaras quotidianas, acabámos por nos perder em conversas.
A ideia de intangibilidade que até então me tolhera cedeu, diluímo-nos numa cumplicidade visceral ... Longe da perfeição, encontrámo-nos na sede de ideias, imagens e de partilha, por vezes tumultuosa.
Serás sempre tudo menos linear, mas é nessa complexidade e confiança que reside o teu magnetismo - oscilando entre o menino endiabrado e o homem capaz de perceber as minhas singularidades e agarrá-las com um olhar -, sem que consiga definir-te de forma mais concisa, nem explicar aquele primeiro momento.
Com o passar do tempo também percebi a irrelevância dessa resposta.
2.07.2011
2.06.2011
O Raio da Constipação!
Cada vez que acordo às seis da manhã para tomar um comprimido apercebo-me de que a constipação deve ser das doenças mais estúpidas e não dignificadas que por aí andam: se, por um lado, não constitui motivo suficiente para faltar ao trabalho - vá, isso é só uma constipaçãozinha! - não deixa de ter consequências altamente debilitantes. Veja-se: a minha pegada ecológica aumentou exponencialmente não só devido à necessidade de um aquecedor constantemente ligado, como aos vinte pacotes de lenços que diariamente consumo; farto-me de pôr creme mas nenhum é suficientemente eficaz para neutralizar o cieiro; já para não falar da hiper-sensibilidade à luz que faz com que pareça que ando a chorar todos os amores findos.
O ano passado, com o espectro da Gripe A, o constipado ainda podia aproveitar os sintomas para afastar umas quantas pessoas no autocarro - o olhar de pânico nas suas caras não me deixava propriamente feliz, mas não posso dizer que me desagradava aquela espécie de "terra de ninguém" que surgia à minha volta, permitindo-me uma viagem mais tranquila.
Todavia, este ano, o constipado já nem constitui um perigo público e, como tal, ninguém o respeita: não beneficia de isenções, não tem direito a um lugar no autocarro e ainda leva com os olhares de gozo dos demais que (ainda) não foram apanhados pela dita constipação.
Daqui concluo, em resumo, que a constipação, dada a sua irrelevância e a curta duração, não é bem uma doença, mas uma espécie de mimo, só curável com caldinhos quentes e festinhas, com um pouco de chantagem inofensiva à mistura.
Assim, é um desperdício estar constipado quando não se tem ninguém por perto para ouvir os nossos espirros mimalhos e aconchegar-nos o cobertor, essa que é a única regalia do constipado.
2.02.2011
Pensamento do Dia
"Não há forma nenhuma de se verificar qual das decisões é melhor porque não há comparação possível. Tudo se vive imediatamente pela primeira vez sem preparação. Como se um actor entrasse em cena sem nunca ter ensaiado."
Milan Kundera, a insustentável leveza do ser
Suponho que muitas foram as pessoas que se detiveram a pensar sobre este breve trecho ... A mim serviu-me de mote para este dia.
1.31.2011
1.30.2011
Revisitar Janis
Não que não goste de Joss Stone - canta muito - mas a voz da Melissa na Piece of My Heart bate tudo. É uma presença incrível e tem uma força inspiradora.
1.28.2011
1.27.2011
Monólogos II
Desde cedo, ser o centro das atenções fora o seu objectivo. Nunca tentou escudar-se em falsos bons intentos para explicar esse protagonismo que procurava, simplesmente limitava-se a reconhecer essa espécie de poder magnético e a usá-lo em seu favor. Sabia dos seus “encantos” e servia-se deles para colmatar as suas inseguranças, para construir certezas temporárias que sempre tinham de ser renovadas a cada passo, de tão frágeis.
Sabia que diziam ser fútil, a típica “cara bonita” – ingénuos aqueles que mais não conseguiam ver do que o seu bambolear hipnótico – mas também não era para saberem dos seus olhos profundos que as cabeças se viravam para a cumprimentar.
Ao “público” dá-se aquilo que ele deseja ver, aquilo que ele está preparado para aceitar e digerir. Foi essa aguda consciência que a fez escolher aquele vestido vermelho bem escuro e, mais uma vez, retocar a maquilhagem.
Esplêndida entrou no salão, as conversas cessaram subitamente e sentiu o peso dos olhares concentrados nela, tal como perspectivara. Sorriu, mostrando os seus dentes pérola debruados pelo vermelho perfeito dos seus lábios.
O sorriso angelical que contrastava com a sua voluptuosidade era o motivo do burburinho que logo invadiu a sala.
O latente mistério dos seus olhos, porém, denotava uma inquietude que apenas poderia escapar aos que, julgando-a fútil, eram eles próprios superficiais e não conseguiam ver nela o reflexo da sociedade que promoviam, de tão seguros do seu intelecto.
1.25.2011
1.24.2011
1.21.2011
Monólogo I
- “Então se sabias, onde fica, no meio de tudo, a tua famigerada pureza? Quem é que é puro no meio disto tudo? Qual de nós? Não nos vendemos todos uns aos outros da maneira mais porca e miserável?”*
Ele disse.
Volto para casa com o dia a amanhecer e nada de auspicioso me ocorre … Um bafo de realidade torna os recantos escuros ainda mais soturnos e a miséria mais latente.
Quero libertar-me do peso da noite e dos olhares lascivos que persisto em ignorar, mas não me é possível, sobretudo com aquela frase lapidar a matutar na minha cabeça.
Posso reduzir esta constatação ao seu aspecto mais mercantilista – e aí mais não serei do que uma peça num jogo em que perversão e sordidez se cruzam, usando-me como moeda -, porém, o que verdadeiramente me inquieta é o seu tom profético e retumbante.
Quando a pronunciou, achei que exagerava – demasiado negro – e que, algures, a pureza manteria o seu reduto. Afinal, na vida dos outros, tudo é possivel!
No entanto, a dúvida instalou-se e agora equaciono que talvez esteja certa a assunção de que, por mais nobres e altruístas que sejam os intentos, sempre são veículos dos nossos mais profundos, egoístas e inconfessáveis objectivos.
A ser assim, ele tem razão, tudo é transaccionável: corpos, amores … e mesmo convicções.
*Jorge de Sena, “Sinais de Fogo”
1.20.2011
1.19.2011
1.18.2011
Versos
"Fiz dos teus cabelos a minha bandeira
Fiz do teu corpo o meu estandarte
Fiz da tua alma a minha fogueira
E fiz do teu perfil as formas de arte"
Voz Amália de Nós, António Variações
Na música, estes quatro primeiros versos passam despercebidos, mas dela retirados fica a sua intensidade e síntese de uma espécie de amor profundo.
1.14.2011
1.13.2011
Deliciosamente Errado
“(...) Querem alguém que lhes crie vontade de mudá-los. E para querer mudá-los, algo tem de estar deliciosamente errado à partida. É aquilo que está errado nas pessoas por quem nos apaixonamos – o orgulho, o egoísmo, a personalidade, a teimosia, a mania que manda e tudo mais – que nos faz apaixonarmo-nos por elas. Quem quer apenas um “companheiro” torna-se sócio de um clube de campismo ou de bridge”, Miguel Esteves Cardoso
Procuras realmente na outra pessoa sarna para te coçares?!
Se calhar é precisamente isso que procuro... “Mas estás parva? Será que não vês o quão estúpido é, sabendo tu desses defeitos, ainda assim, deixares-te envolver?”, dizem-me. Geralmente respondo: “E quê?”, em última instância é a mim que cabe a decisão e sou eu a arcar com as suas consequências, portanto, porque não tomar a meu cargo um projecto ambicioso?!
Acresce que me reconheço alguma superioridade moral e, como tal, é legítimo pensar que posso efectivamente mudar alguém. (Silêncio sepulcral) Não … estou a brincar. Realmente, limito-me a reconhecer que me incluo no grupo dos orgulhosamente parvos, de feitio terrível que amuam e dedicam grande parte dos seus dias a morder o seu próprio rabo, cultivando com amor a sua “neura” e alimentando-a com hipóteses inviáveis.
Consequentemente, onde haja uma personalidade problemática, lá estarei a analisar, deliciada, todos os defeitos e disfuncionalidades, tirando notas. No fundo, o modus operandi é o dum biólogo que, objectivamente, analisa os espécimes à sua volta, exclui aqueles que a ciência já documentou e fica apenas com os restantes, os estranhos … com carinho, apelido-os de milagres da natureza – os realistas chamar-lhes-iam aves raras, ou, nos casos mais extremos, bicheza miúda.
Adoro os pequenos e os grandes defeitos!
Claro está que acabo por coleccionar uma série de personagens que não têm ponta por onde se lhe pegue e para as quais não há remédio - sobretudo porque a sua teimosia em não mudar é directamente proporcional à minha crença na sua mudança.
Todavia, se o basófias fosse mais contido e percebesse que todos sabem que ele é faroleiro, se o infantil compreendesse que tem de largar os cueiros e cortar laços, para assim crescer, se o pessimista fizesse algo pela vida, ao invés de se queixar do seu azar kármico, e o traumatizado se deixasse de merdices, seriam perfeitos.
Mas já são "se's" a mais ... o que me lembra o que uma pessoa, um dia, muito prosaicamente me disse: "Se a minha avó tivesse rodas era uma camião"!
1.11.2011
Erva Daninha A Alastrar
Estranho os sintetizadores - ainda que admita que a tal esteja subjacente um certo preconceito musical - mas esta capacidade de sintetizar as mais intrínsecas angústias espanta-me cada vez que o ouço.
1.08.2011
Arcade Fire - Neighbourhood 1 (Tunnels)
A música que faz o meu coração ficar apertadinho ... Acho que terá sempre esse efeito em mim!
1.05.2011
Take a walk on the wild side
Música de amanhecer, quando o mundo é uma porta aberta.
Lembra-me dias de chuva, as luzes do carro da frente que, em marcha lenta, contempla os corpos que se pavoneiam nos passeios.
Dias em que a evasão é uma possibilidade latente.
Então, chego a uma conclusão:
a decadência está sempre presente, todavia, só essa consciência aguda permite uma mudança e a verdadeira catarse ... daí que a decadência me ofereça mais esperança do que o puritanismo, tantas vezes alheio ao que de mais natural e primário existe em nós!
a decadência está sempre presente, todavia, só essa consciência aguda permite uma mudança e a verdadeira catarse ... daí que a decadência me ofereça mais esperança do que o puritanismo, tantas vezes alheio ao que de mais natural e primário existe em nós!
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