12.18.2010

Caça ao Apartamento

A par da quadra natalícia, sem eu saber bem porquê, iniciou-se por estas bandas a saga da caça ao imóvel!
Revela, aliás, algumas semelhanças com a verdadeira abertura da época de caça:
-inexiste uma razão suficientemente precisa e determinável para que comece num dia e não no outro (num dia estava tudo muito bem - eu a pensar pôr um ponto de ordem no caos que por aqui se vive - no outro estamos a visitar um T3 fantástico e a sermos bombardeados com 200 anúncios de apartamentos diversos);
-o território de pesquisa é limitado: centro, mesmo centro, da cidade (aparentemente, mudar, nem que seja para o quarteirão abaixo, é bom);
-todos procuram subverter as boas práticas, sem que haja qualquer respeito por horários (o progenitor deita-se tarde e a más horas porque está em frente ao computador a analisar o mercado, dorme mal a equacionar as hipóteses disponíveis e acorda as 7:30h a falar no assunto);
-espoleta a agressividade que há em nós: procuramos descredibilizar os argumentos do outro ou limitamo-nos a manipulá-lo, sem que ele perceba, para que espontaneamente adopte a nossa posição (basicamente, deixamo-lo enrolar-se e meter o pé na poça para perceber que tínhamos razão, pelo prazer de fazer o olhar de "eu bem te disse"); e
-no fim do dia, damos por nós frustrados porque falámos demais, não conseguimos chegar a um acordo e não caçámos nada que valha realmente a pena e sobre que pudesse haver consenso.
Para simplificar:
-o progenitor chega a casa dizendo ter visto um T3 espectacular - o que é inteiramente verdade, facto que me irrita profundamente - mas, entretanto, já se virou para os T1's e, de acordo com as últimas informações, equaciona agora a possibilidade de investir numa casa para recuperar (aprecio pessoas que são dinâmicas e capazas de se adaptarem aos condicionalismos, mas esta rapidez transcende-me ... serei também eu assim tão confusa?!);
-a progenitora apenas quer sair desta casa por achar que, daqui para a frente, ela dará cada vez mais problemas e duvida que a nossa vida possa caber num T1;
-eu só queria arrumar os livros, começar na estante da sala e terminar no escritório, pôr umas prateleiras no meu quarto e tentar redecorá-lo ... mas o bicho da mudança está descontrolado por estes lados! Continuo sem perceber muito bem por que é que para o progenitor a tipologia T2 parece inexistir, mas, quanto a este problema, procurarei utilizar a técnica da manipulação.

A única forma de me abstrair desta loucura é fazer as prendas para as primas mais novas, daí os últimos dias terem sido tão produtivos.

2 comentários:

Alexandre disse...

Parece-me que te estás a esquecer do 3º mandamento da nisqueira: "não questionarás a clarividência do grande niscas" *

x disse...

pois é! a nisqueira tem mandamentos! ai cat, cat... o alex tem o seu ponto :).